quarta-feira, 28 de novembro de 2007

ACUSAMOS!

Não esqueçam este nome sujo: Maria Augusta Amaral! Responsável pelo instituto Jacob Rodrigues Pereira, soube desde sempre de todas as violações dos meninos e meninas. Quando rebentou o escândalo em 2002, participou de Carlos Silvino, mas escondeu e protegeu os violadores de quem é amiga e cúmplice.

Um dos meninos, surdo, confessou ter sido violado pelo arguido Carlos silvino. Mas , confessou a chorar, o primeiro a violá-lo foi o amigo da senhora directora, que sempre soube de tudo.
Nós sabemos Maria Augusta Amaral: és cúmplice dos bandidos. Silenciaste os crimes porque lucraste com eles. As fotos e os filmes porno dão muito dinheiro, não é?

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Como se iliba um pedófilo

Paulo Pedroso soube por juiz da Boa Hora que estava a ser alvo de investigação

PÚBLICO
Quinta-feira, 29 de Maio de 2003


Paulo Pedroso disse ao juiz Rui Teixeira, do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa que foi um magistrado judicial da Boa Hora a alertá-lo para o facto de poder estar a ser investigado, devido a alegado abuso sexual de crianças. "A coisa está negra para o Paulo Pedroso e o Férrinho também não escapa", ou "não se safa".


Seriam estas as palavras que andariam a ser ditas por um desembargador da Relação de Lisboa e lhe terão sido transmitidas por aquele magistrado judicial ao ex-ministro da da Segurança Social. Estas expressões constam do auto de interrogatório de Pedroso e é uma das vertentes principais da inquirição do arguido, na qual as escutas telefónicas acabariam por ter um papel decisivo.



Na sequência de tal rumor, a que os dirigentes do PS conferiram credibilidade suficiente, Paulo Pedroso não perdeu tempo e, três dias depois, em 12 de Maio, requereu ao procurador-geral da República, José Souto Moura, que lhe fossem facultados as peças que indiciariam o seu envolvimento naquele caso, para procedimento criminal contra os autores da alegada calúnia. Disponibilizou-se nessa petição para dar também os esclarecimentos tidos por necessários pelos investigadores do processo de pedofilia na Casa Pia. Ferro Rodrigues, sobre quem circulavam igualmente versões que apontavam para o seu envolvimento no caso, terá contactado o Presidente da República e também escreveu a José Souto Moura.




A questão do conhecimento evidenciado pelos dois dirigentes socialistas sobre factos constantes do processo foi um dos temas centrais das perguntas que lhe foram dirigidas pelo juiz Rui Teixeira, que se encontra desde ontem com segurança policial, e das alegações do Ministério Público. Pairou mesmo a possibilidade de essa alegada fuga de informação ter partido da Polícia Judiciária. O deputado socialista assegurou então no Tribunal de Instrução Criminal, durante o interrogatório, que nenhuma fonte da Polícia Judiciária divulgou elementos sobre o processo da Casa Pia, fosse a elementos do PS ou a outros.



Face a esta afirmação, o procurador João Guerra, titular do inquérito, sustentou que aquela explicação do arguido seria indiciadora de comprometimento do ex-ministro nos factos que o indiciam em práticas pedófilas. Baseando-se nas escutas telefónicas, João Guerra sustentou que Paulo Pedroso teria conhecimento de factos em investigação e revelaria ainda receio pessoal de que a investigação o atingisse a si, evidenciando o que, no entender do procurador, seria um interresse injustificado por factos relativos à estratégia do seu co-arguido Carlos Cruz. Esta alusão do magistrado do Ministério Público basear-se-á no facto de, num telefonema que durou 11 minutos, foi escutado em 4 de Abril e mereceu uma transcrição de seis linhas. O ex-ministro da Segurança Social no Governo socialista terá afirmado a Ferro Rodrigues, no contexto de um comentário sobre a imprensa do dia, que um jornal dizia que Carlos Cruz andava a mandar mensagens por telemóvel aos amigos.




As escutas telefónicas dominaram, aliás, parte substancial da diligência, preenchida largo tempo com a audição das intercepções gravadas nas últimas semana e feitas tanto a Paulo Pedroso como a Ferro Rodrigues. O procurador não se satisfez quanto às explicações adiantadas por Pedroso, relativamente a expressões a que atribuíra especial significado - "alerta amarelo e bombardeamento ao embaixador" .

E não terá mesmo, neste último caso, ao contrário da defesa do deputado, percebido uma palavra essencial [ Rússia ou russo?] para acabar com a ilusão induzida pela transcrição que o "embaixador R..." seria o diplomata Ritto que é arguido no processo. O advogado Celso Cruzeiro, defensor de Paulo Pedroso, alertou o Tribunal para o facto de o arguido ter dado uma cabal e completa explicação para o sentido das conversas escutadas e aconselhou o Ministério Público a "desconfiar sempre das verdades fáceis e das palavras definitivas".




domingo, 25 de novembro de 2007

Do que foram acusados

João Guerra garante

“arguidos conheciam-se todos"

ACUSADOS DE 1586 CRIMES

Conheciam-se todos – esta é uma das expressões que mais aparece na acusação do megaprocesso de pedofilia da Casa Pia, que foi concluida ontem e que tem em Carlos Silvino, 'Bibi', o arguido a quem mais crimes são imputados: 1246. Carlos Silvino, aliás, surge na acusação como o elo de ligação entre os restantes arguidos.

‘Bibi', de acordo com o Ministério Público (MP), fazia mesmo questão de, na maioria das vezes, abusar dos jovens alunos da Casa Pia e testar durante uns tempos a sua capacidade de guardar segredo, antes de os passar a outros arguidos, como Carlos Cruz (10 crimes), Paulo Pedroso (23), Hugo Marçal (64 crimes) e Ferreira Diniz (48 crimes), Manuel Abrantes (95 crimes), Jorge Ritto (24) e Herman José (1). Alguns desses crimes foram, para o MP, cometidos em casas disponibilizadas pelos arguidos Francisco Alves (35) e Gertrudes Monteiro (40).

"O arguido Carlos Silvino, depois de se certificar que os menores mantinham em silêncio os actos sexuais a que eram por si sujeitos, levava-os, a troco de dinheiro, a casas ou a outros locais onde se encontravam indivíduos adultos do sexo masculino para que também os sujeitassem à prática de actos da mesma natureza, designadamente de masturbação, de coito oral e de coito anal. Atenta a notoriedade de alguns desses indivíduos, o arguido 'Bibi' tinha especial cuidado na escolha dos menores que lhes levava", pode ler-se na acusação subscrita pelos procuradores João Guerra, Paula Soares e Cristina Faleiro.

Na Casa Pia, a actuação de 'Bibi', segundo o MP, só era feita com "liberdade e autonomia", à "custa da protecção e do poder" de Manuel Abrantes, que tinha ascendido ao cargo de provedor-adjunto em 30 de Junho de 1997. De Jorge Ritto, Carlos Cruz, Ferreira Diniz, Paulo Pedroso e Hugo Marçal, o MP também não teve dúvidas em escrever que, para todos eles, o cargo desempenhado por Manuel Abrantes era uma "garantia de que a prática de actos sexuais a que sujeitavam alunos da Casa Pia, muito dificilmente seria descoberta".O MP adianta, também, que Carlos Cruz, Carlos Silvino e Jorge Ritto desde os anos 80 que são referenciados como "estando envolvidos em abusos sexuais de crianças e jovens" da Casa Pia. "Estes arguidos conheciam-se, também, desde há longa data

Na acusação, a palavra "conhecia", aliás, é inúmeras vezes repetida: "O arguido Ferreira Diniz conhecia Jorge Ritto e Carlos Cruz, desde, pelo menos, o início dos anos 90"; "O arguido Hugo Marçal conhecia Carlos Silvino desde 1986"; "O arguido Hugo Marçal era visita dessas casas [disponibilizadas por Jorge Ritto], nelas se encontrando também com o arguido Carlos Cruz": "[Hugo Marçal] conhecia o arguido Manuel Abrantes, pelo menos desde 1998, altura em que concorreu ao lugar de Director de vários colégios da Casa Pia";


"O arguido Paulo Pedroso conhecia os arguidos Carlos Cruz, Carlos Silvino e Jorge Ritto, pelo menos desde meados dos anos 90" – encontravam-se, com frequência, segundo o MP, numa casa denominada "Casa dos R's", em Lisboa, na zona do Restelo – "O arguido Paulo Pedroso conhecia o arguido Manuel Abrantes, pelo menos desde 1997, em virtude das funções públicas que ambos desempenhavam."


De Paulo Pedroso o MP salienta que, "apesar dos cargos públicos que passou a ocupar [no Governo, liderado por António Guterres] – com particulares responsabilidades na área da protecção e solidariedade social - continuou a ser um dos adultos a quem o arguido Carlos Silvino, a troco de dinheiro, levava menores a fim de os sujeitar à prática de actos sexuais ( )".

O MP não teve dúvidas em frisar que Pedroso, Cruz, Abrantes, 'Bibi', Diniz, Marçal e Ritto estavam "cientes de que" os seus comportamentos – "para além de constituirem crimes – eram alvo de fortíssima reprovação social, e de que a descoberta de tais práticas arruinaria as respectivas carreiras profissionais e poria fim à credibilidade social de que gozavam", pelo que decidiram "unir esforços para poderem, em total reserva, continuar a sujeitar menores de 16 anos a actos sexuais". "Organizaram-se, então, numa estrutura informal que lhes permitiria obter, sempre que quisessem, mas com toda a segurança, crianças e jovens menores de 16 anos para as suaspráticas sexuais", sublinha o MP. Práticas que foram muitas vezes cometidas na casa de Elvas, de acordo com nove das vítimas, que são comuns a todos os arguidos.

2003-12-30

sábado, 24 de novembro de 2007

A cabala segundo Ferro Rodrigues

Eu nunca abusei de crianças em tempo útil. Tudo prescreveu, menos a cabala que montei.

Contra o esquecimento

Não podemos continuar inertes. As crianças merecem, são credoras do nosso empenho na sua protecção. Vamos tentar contribuir para reforçar a luta contra os abusadores sexuais. Espera-nos um longo caminho. Mas cá estaremos para tentar percorrê-lo de forma coerente.
Queremos recuperar a memória. Custa-nos não ver muitos bandalhos sentados no banco dos arguidos. Por isso, falaremos da vergonha da cabala. Da vergonha dos manos Pedroso. Do Ferro e do Rodrigues dos Açores. Mas também do Carlos Amado e do Lagoa Henriques, pedófilo bem conhecido pelos órfãos da Casa Pia de Lisboa.